12 de julho de 2014

Veja um resumo das tendências do semestre


Flow Brasileiro
Em nosso país, a cultura sempre foi algo considerado elitizado. Nos últimos tempos, o que era julgado apenas como hábito e comportamento de classes denominadas inferiores, passou a ser "cool". Além disso, posturas em relação à sexualidade que, antes eram vistas como algo que não faz parte da moral estagnada, passaram a ser normais, até mesmo para os mais moralistas.
A difusão de conceitos de costumes, muitas vezes menosprezados pelos mais “ricos”, passou a ganhar enorme destaque, até mesmo nos ambientes mais requintados. Exemplos são o Funk Ostentação e o Tecno Brega. O Funk, música que ilustrava o cotidiano das periferias cariocas, ganhou destaque quando passou a falar de mulheres, dinheiro, favela e ostentação em meio à Região Metropolitana de São Paulo. O Tecno Brega, que antes fazia parte apenas das festas Paraenses, disseminou-se em todo o país na voz de Gabi Amarantos.
Ainda nessa soma de novos hábitos e comportamentos na "alta cultura" brasileira, o termo No Gender (algo como sem gênero), ganha cada vez mais importância. Após a forte difusão da androgenia há alguns anos atrás, agora, é a vez dos transexuais ganharem destaque no Brasil. O preconceito está sendo substituído por um sentimento de grande popularidade e os transgêneros tornaram-se estrelas.
Novamente, seguindo a linha da sexualidade, fatores de todos os cantos do mundo influenciam mudanças brasileiras. As recentes reinvindicações envolvendo mulheres islâmicas e o crescente destaque no mundo, da situação em que vivem, refletem, também, nas mulheres da sociedade ocidental. Aqui, eventos como a Marcha das Vadias, que acontecem em todo o país, buscam a igualdade entre homens e mulheres.
Enfim, o Flow Brasileiro busca mostrar que costumes, hábitos, arte, moral, comportamento e outros fatores, que antes não eram percebidos por serem considerados parte de classes abastadas, hoje, estão cada vez mais inseridos na "alta sociedade" brasileira. Ouvir funk, pagode, sertanejo tomando champanhe são situações totalmente "it". Ir aos shows de transexuais é elevar o status. Assistir ao programa da Rede Globo, Esquenta!, é aumentar os conhecimentos culturais.


Power to the people
O consumidor assume novo papel baseado em três influências: o seu empoderamento, a atitude cool de mostrar compaixão e empatia, e a convergência pela conectivadade.
O empoderamento do consumidor representa a percepção dos indivíduos em alterar e influenciar melhorias para sua comunidade, seja no eixo micro (círculo pessoal) ou macro (comunidade de uma forma geral: bairro, cidade, etc.). Passam a ter consciência do poder que tem e buscam consumir de forma a colocar isso em prática. Esse movimento já é consequência da visualização da empatia e compaixão como cool.
A união desses dois movimentos inspira atividades colaborativas em benefício das comunidades e indivíduos, e ganha força com as possibilidades oferecidas pelas conexões digitais. É o poder local ganhando apoio mundial. Tais grupos ajudam as diversas minorias e questionam comportamentos exclusores, humanizando as conexões entre diferentes tribos sociais.
Como exemplos, podemos citar o movimento do Café Pendente, The Street Store, Lava Mae e as diversas campanhas questionando padrões de beleza e gênero.


Fashion (r)evolution
Uma tendência crescente no mundo do consumo, do design e da moda é a expressão com consciência social e ecológica. Esta manifestação se reflete em um novo estilo de mercado que, através de produtos e campanhas, buscam soluções visando a inclusão social das futuras gerações.

Projetar para a inclusão
O mercado da moda brasileiro encontra espaço para a inovação baseado em demandas existentes de pessoas com deficiência, já que, de acordo com o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), 23,9% da população possui algum tipo de deficiência. Pessoas com necessidades especiais querem trabalhar, estudar, escolher suas próprias roupas e ter autonomia na hora de vestir e despir-se. A necessidade de pensar nesse público consumidor, carente de opções no mercado de moda no Brasil, é nítida. Projetos como o Concurso Moda Inclusiva, organizado pelo governo do estado de São Paulo, bem como o Circuito de Moda Inclusiva, de Santa Catarina, estão estimulando jovens designers a pensar na inclusão, buscando soluções inovadoras em tecnologia, modelagem, tecidos e aviamentos que irão facilitar o dia a dia desse público. Se existem pessoas que precisam ser atendidas nas suas necessidades com roupas inclusivas, por que não projetar para elas?

Marcas transparentes
Como consequência da informação e da comunicação cada vez mais rápida, quando o consumidor passa a ter participação ativa sob as empresas, visto que, com apenas uma mensagem de insatisfação e/ou denúncia nas redes sociais, a empresa receia um futuro incerto. O Fashion Revolution Day é um ótimo exemplo, que aconteceu, pela primeira vez, no dia 24 de abril de 2014 e contou com a participação de mais de 60 países. O objetivo da campanha é alertar a sociedade com uma simples pergunta “Quem faz suas roupas?”, de forma a melhorar as condições de trabalho em toda a cadeia de abastecimento da indústria de moda. Outra questão é a campanha global de desintoxicação da moda, unida pela consciência de que a beleza da moda não pode custar nosso planeta. Por uma moda livre de tóxicos, os consumidores estão desafiando marcas para se responsabilizarem pelos rastros tóxicos e eliminarem os químicos perigosos em todas as etapas de produção das roupas. O aplicativo Moda Livre é mais um indicativo desse processo, o qual revela quais lojas estão envolvidas com trabalho escravo. A preocupação que as indústrias de moda estão apresentando com o meio ambiente, surge pela iniciativa dos consumidores que, agora, conscientes, procuram humanizar suas atitudes diante do mundo.

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